O Azar não tem parado de me bater à porta. Depois da doença, agora é a vez da tecnologia pregar uma das suas partidas, e revelar a maravilha que é a assistência técnica em Portugal. Para vender é tudo só facilidades, depois quando é para cumprirem com a parte deles o assunto toma logo outras proporções.

Isto parece mais um desabafo, e até acaba por ser. Acabo de estar a ter a prova de que a mim também me está a acontecer um típico caso que vemos todas as semanas no "Nós Por Cá" da SIC. Em Agosto do ano passado por ter ficado com o meu PC na sucata por um pico de corrente, comprei um Notebook da Asus, série F3S. Boa máquina, até no preço, bem puxadote. A garantia é de dois anos. Nesta Segunda-feira, ao ligar, ele teimava em não arrancar com o disco rígido. Eu que até percebo umas coisas de hardware topei logo por alto que o disco tinha ido à vida. Levei-o até à loja onde o comprei, e ele lá fez o mesmo que eu tinha feito em casa para deixar claro que era mesmo o disco rígido que tinha ido dar uma volta ao bilhar grande. Mas está na garantia, logo opta-se pela rápida e fácil substituição da peça, e a vida continua.

Felizmente que tenho tudo em disco externo, e como tal disco novo não ia, nem vai ser, o mal da questão. O mal da questão começou ontem com a entrega do Notebook. O rapaz da loja ainda ia ligar para o revendedor da Asus, um dos vários com quem trabalham, para saber se eles lhe davam ordem para mudar o disco, ou se ele teria que ir para o revendedor, mas disse várias vezes que eles davam-lhe a ordem para ele fazer ali o serviço, era só uma questão de se falar, e mesmo no caso da máquina ir ao revendedor, no máximo em 24 horas tinha-o de volta nas minhas mãos. Ora bem, ao ouvir isto pensei eu, na minha singela ignorância, que era coisa simples.E até é coisa simples! É só desapertar quatro parafusos e tirar o disco que lá está, meter outro novo, compatível, igual, e voltar a apertar. Mas o rapaz ficou de me ligar no fim do dia com a confirmação de que se ele ia ou ele fazia ali o serviço com ordem deles, para não perder a garantia.

Telefonaram-me vocês? Também telefonou tanto ele como vocês para mim. Hoje, depois de fazer os meus afazeres e antes de ir para o treino de Tae Kwon Do passei pela loja para me inteirar do que se passava com o Notebook, e se ele, por milagre, já estaria pronto. A conversa toda de que no máximo amanhã, Quarta-feira, ele estaria de volta nas minhas mãos, deu lugar a outra coisa, do mais absurdo e recambolesco que se pode imaginar. "Nós Por Cá" está a acontecer-me neste momento. É surreal. Então não é que no mínimo vou ficar sem o Notebook por... 15 DIAS! E na melhor das hipóteses! E porquê? Porque a Asus não deu ordem para a reparação ser feita na loja, mas deixou recado que se quiser meter um disco novo antes desses 15 dias pode ser feito, porque enviam logo o disco e eu tenho que o pagar, e a garantia é anulada. A isto é que eu chamo negócios! E da China! O Notebook vai ter de fazer uma viagem até Viseu e pernoitar por lá no mínimo por 15 dias, só para levar um disco novo, coisa que leva dois minutos no máximo.

O que me lixa nisto tudo é o tempo absurdo, e ainda pior a alternativa dada pela própria marca para resolver logo o problema. E ainda mais a dualidade. Quando o comprei, não havia em stock na loja. Fiz a encomenda a uma terça-feira e na quarta-feira, logo no dia seguinte, ele estava na loja ainda antes da hora de fecho para almoço. Só para vender há velocidade? Quando é para reparar é arranjar todas e mais algumas para a pessoa se sentir frustrada e privada dos seus direitos e comprar as peças para anular a garantia de fábrica e encher os bolsos.

Srs. da Asus, isto é assim: Acham que com esta politica vão longe e dão bom nome à marca no nosso mercado? Vão receber uma reclamação por carta registada e com aviso de recepção com este caso ao detalhe e as questões mais simples. Acham normal isto acontecer? Acham justo e honroso para a marca?

Amigos visitantes, assim que tiver novamente a máquina, esta ou outra, em minha posse, actualizarei o Em Ringue. Até lá tudo de bom para vocês, e que nunca tenham de passar por algo igual. Até daqui por 15 dias! (No mínimo e com água benta pelo meio)

António Paulo Chaparro